Crônica do primeiro dia…

Vou fazer minha estreia neste Blog contando alguns causos da nossa saída do Brasil e chegada aos Estados Unidos.

Antes de começar vou contar como eu vejo meus artigos nos nossos Blogs de viagem. Normalmente eles são curtos, pouco abrangentes, bastante focados em pequenas experiências que vivemos, cheios de detalhezinhos, por vezes engraçados, por vezes curiosos… São crônicas, enfim. Gosto de narrar os acontecimentos, as surpresas (boas e ruins), os fatos engraçados (normalmente eu mesma sou protagonista dos micos), enquanto o Edu costuma fazer posts mais abrangentes, enriquecidos com dados históricos sobre o local que estamos visitando, que vão muito além da nossa viagem. Acho que a gente se complementa dessa forma.

Mas voltando aos primeiros causos, posso dizer que essa primeira etapa da viagem foi muito boa!

O vôo saiu 15 minutos mais cedo de São Paulo e chegou 40 minutos mais cedo em Newark, primeira perna da nossa viagem. Durante a noite eu dormi pouco, mas dormi bem… Houve pouca turbulência, felizmente, embora eu tenha que registrar que a turbulência mais forte aconteceu justamente na única vez em que eu me levantei para ir ao banheiro, durante a madrugada…

(Uma nota sobre a ida ao banheiro durante o vôo: hoje em dia, em vôos longos, eu procuro ir ao banheiro logo no início do vôo, quando o banheiro ainda está está… limpo…, ou durante a madrugada, quando não há concorrência. Afinal, se tem uma coisa complicada durante o vôo é aquela fila de gente interditando o corredor do avião, especialmente quando ela se forma durante o momento em que está sendo servida alguma refeição, pois ainda é necessário disputar o espaço com os carrinhos de comes e bebes. Quando isso acontece, se você está realmente apertada — e é lógico que só iria ao banheiro nessas condições se realmente estivesse — há dois sofrimentos básicos: um antes de entrar no banheiro, por ter de se segurar enquanto espera os outros passageiros usarem o banheiro, e outro depois que entra, ao se sentir pressionada, imaginando os outros passageiros apertados do lado de fora, só esperando você sair, e orando para que isso aconteça o mais rápido possível! Vai ver é essa oração que faz a gente se sentir pressionada lá dentro… Isso para não mencionar um terceiro sofrimento possível, dependendo do estado que pode se encontrar o banheiro nesses horários de pico).

Chegamos no terminal C do aeroporto de Newark, em New Jersey, grudadinho com New York, onde fica New York City e a maravilhosa ilha de Manhattan. Não conhecia esse aeroporto. Das outras vezes que vim para essas bandas passei pelo aeroporto John F. Kennedy, no Queens, em New York, que é imenso. Mas o aeroporto de Newark também me pareceu muito grande! Assim que descemos do avião pegamos a nossa bagagem na esteira e “redespachamo-las”, no próprio terminal C. Em seguida pegamos aquele trenzinho (monorail?) para o terminal A, onde pegaríamos o próximo vôo. Quando estávamos quase chegando no portão de embarque, tivemos que passar pela segurança novamente. Nesse momento aconteceu um fato curioso, que passo a narrar a seguir.

Estou acostumada a viajar de acompanhante de um passageiro cheio de privilégios, que é o Edu. Normalmente me beneficio dos privilégios dele. Por ter voado mais de um milhão de milhas apenas em uma companhia, a United Airlines, há alguns anos ele recebeu um cartão Gold vitalício do programa de milhagem da companhia, o Mileage Plus, que dá a ele acesso a todas as lounges da Star Alliance, e a todos clubes do United Club, naturalmente, em qualquer aeroporto do mundo. Além disso ele tem direito a embarque preferencial, bagagem prioritária (que chega primeiro do que as outras nas esteiras), tolerância com excesso de bagagem, upgrades gratuitos para assentos mais confortáveis e até mesmo, eventualmente, para a Classe Executiva ou até Primeira Classe, dentre outras regalias… Durante muitos anos ele teve o status 1K da Mileage Plus, que é o mais alto possível, concedido apenas a passageiros que viajam ao menos 100.000 milhas por ano. Mas justamente no ano em que ele reduziu drasticamente o número de viagens, ele atingiu a marca acumulada de um milhão de milhas, e por isso ganhou o referido cartão Gold. É verdade que o status Gold é abaixo do status do 1K, mas, convenhamos, o fato de ser um status vitalício compensa essa pequena desvantagem…

Quando ele ganhou esse cartão, ele teve o direito de presentear a mulher dele com um igual, caso assim o desejasse. E felizmente ele o desejou… 🙂 Mas quando viajamos juntos, eu nem preciso usar o meu cartão. Como acompanhante dele gozo dos mesmos benefícios, pelo simples fato de estar viajando com ele.

Pois bem. Eis que chegamos à segurança do aeroporto de Newark para acessar o nosso portão de embarque para o vôo doméstico para Cleveland. Ao passarmos no primeiro nível de segurança, a primeira agente me entregou (eu disse “ME entregou”) um cartão laranja bem grande que dizia  que pessoas maiores de 75 anos, menores de 12 anos, militares uniformizados ou um tal de “TSE Pre” tinham “Expedited Clearance”, uma espécie de passagem VIP pela segurança. Foi aí que o Edu se lembrou de que, já no meu cartão de embarque, em São Paulo, ele tinha visto um registro de “TSE Pre”, que ele não sabia o que significava. Esse código me isentou de ter de tirar os sapatos e o casaco no raio X, bem como de ser revistada pela segurança. Simplesmente passei batido! O Edu, tadinho, teve de passar pela segurança normal. Imagine o marido VIP que eu tenho tendo de tirar o sapato, o casaco, o cinto, sendo revistado, e euzinha, toda bonitinha, passando reto? 🙂

É verdade que eu tive que pegar a mesma fila que ele para passar nessa segurança, e foi uma fila tão longa, que levou vários minutos até chegar a nossa vez. Mas quando chegou a nossa vez, meu cartãozão laranja fez toda a diferença! 😛

Ok! Admito que estou dramatizando um pouco (na verdade, bastante), pois meu privilégio não foi tão privilegiado assim… Mas estou só provocando o Edu, que sempre foi o VIP da família, e dessa vez teve que me engolir… Hahaha… (Não se preocupe, Amor… Ano que vem, no alto de seus 75 anos, você também terá direito a mais esse privilégio…) 🙂

Não sabemos qual é o critério que eles escolhem para atribuir esse tipo de código aos passageiros. Seria aleatório? Será que é porque sou funcionária pública? Ou será apenas minha carinha de gente fina, elegante e sincera? 🙂 Se alguém que está lendo este post souber, por favor, comente aqui, compartilhando essa informação com a gente. 😉

É isso, por enquanto. O dia clareou bastante aqui. Sol lindo no céu, apesar do frio lá fora. Mais tarde retornaremos com mais causos…

Em Newark, 27/12/2017.

 

4 comentários em “Crônica do primeiro dia…

  1. Paloma amei a sua primeira crônica . Em relação ao seu cartão VIP laranja 🍊, acho que eles gostaram da sua carinha de gente boa. Façam boa viagem e aproveitem bastante. Ahhh e continue escrevendo para a gente viajar junto com vocês. Beijos 😘

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